Como a família recebeu a sua percepção sobre ser artista?

Minha família acolheu sempre com muita alegria, admiração e motivação.

Ao ver meu interesse pelas artes, papai me levou para conhecer o atelier de um primo nosso, Paulo Caldas. Foi o primeiro artista que travei contato. Sua arte com bico de pena me encantou. Fiquei completamente apaixonado por aquele universo…

Em seguida, no meu aniversário, ganhei dele um estojo com três canetas bicos de pena nanquim e um belo cartão escrito: Feliz Aniversário Filho! Pinte o 7…

Amei o presente. As palavras ficaram registradas na memória, assim como a certeza de segui-las ao pé da letra.

Não foi tão simples, pois não enxergava, naquela época, a arte como profissão. Fiz vestibular para Economia e me formei pela UFPE. Eram decisões muito fortes para um garoto de 17 anos… Saber o que se é para sempre, aos 17, 18 anos, é como acertar no primeiro amor da vida e casar até que a morte os separe.

Nasci num divórcio. E com o senhor tempo, as fichas caem e enxergamos as coisas de uma forma mais clara e justa.

Tudo estava certo. A separação dos meus pais foi uma benção, porque fui morar com a minha avó, hoje com 105 anos. 50 anos de feliz convívio. Meus pais se casaram novamente e ganhei quatro irmãos que amo.

O inferno da adolescência virou o meu Céu.

Não sabemos nada. Nossos egos iludidos acham que sabem. Entender Deus, Destino, a pretensão de tudo querer saber é outra ilusão. Somos minúsculos diante do Sagrado. Humanos apenas humanos.

Vida Nova. Óleo sobre tela, 190cm x 125cm.

Painel de fotos da Florence Academy of Art: divulgação.

Tela Vida Nova, foto: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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