Com uma vida inteira dedicada à música, arte e educação, Bethi Albano acaba de lançar seu primeiro álbum solo, intitulado Embrulha pra Presente. As canções compostas nas últimas décadas incluem baladas, sambas, valsas, baião e jazz. A gestação foi longa e repleta de muitos projetos paralelos. Parece que foi preciso viver muitas estórias, experiências, acumulando saberes, escolhas, intuições, para chegar às nove faixas deste trabalho.

No repertório da estreia em disco dessa artista de 66 anos há um leque de ritmos e levadas, vestidos com figurinos distintos: ora viola caipira, ora quarteto de cordas, às vezes um maior destaque para o violão ou mesmo um super arranjo para banda. São músicas que falam da condição e sensibilidade feminina, sabedoria, afetos, amores, desejos, enfim, um mundo de pequenos recortes de vida.

Bethi Albano é cancioneira, e traz parceria com outras mulheres criadoras e inspiradoras: Suely Mesquita, Mathilda Kóvak e Marcia Zanelatto. São temas do viver, da natureza e também críticas ao machismo estrutural, com pitadas de humor e ironia. “Meu álbum escolheu esse momento de recolhimento, de reconstrução humana. Meu desejo é criar pontes com todas as pessoas que ouvirem esse trabalho, possibilitando uma reflexão bem profunda acerca de nossa presença aqui e agora. É um momento único de transição, de alinhamento. Espero que minha música toque vocês!”, convida.

Rabo de Foguete, o primeiro single, representa bem o ‘roça’n’roll’, gênero batizado pela compositora e escritora Mathilda Kóvak e consagrado no tempo da parceria de Bethi com Luhli, autora de O Vira, dos Secos e Molhados, com quem a carioca gravou o CD Todo Céu pra Voar, em 2002.

O álbum Embrulha pra Presente contou com a participação de 27 músicos. E, nele, a  artista desembrulha para o público suas nove faixas: Nave Maria, Taioba de Enfeite, Jogo, Bala de Rima, Suavidade, Clark Kent Bruce Wayne, Enfim Sou, a faixa-título e o já citado single Rabo de Foguete. O trabalho foi gerado através do financiamento coletivo Benfeitoria e lançado pelo selo Porangareté Discos.

O álbum, que foi gravado nos estúdios Mirada e Cria Som, teve produção e direção musical de Eduardo Andrade.

Foto: Rita Albano.

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Edgard Homem

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