Por trás das palavras é um livro incomum.

O personagem central é o dicionário Aurélio e as dificuldades, conflitos, fracassos e paixões que envolveram sua concepção. Uma obra que se tornou o maior fenômeno editorial brasileiro, cujos poscênios, revelados em detalhes pelo jornalista Cezar Motta, foto acima, incluem acusações de traição e disputas pela coautoria que foram parar no Supremo Tribunal Federal, 40 anos depois de seu lançamento.

Num trabalho de reportagem minucioso, Motta colheu depoimentos de gente que esteve na linha de frente do dicionário e construiu uma narrativa sensível, que muitas vezes lembra um romance, não fossem os personagens absolutamente reais.

São escritores, acadêmicos, editores, jornalistas, políticos e empresários, um painel da intelectualidade do país, que participou ou testemunhou os dois momentos determinantes de Aurélio Buarque de Holanda e de sua equipe: a incansável busca por recursos para financiar o projeto, lançado em 1975, e, mais tarde, a acirrada disputa pelos milhões gerados pelo sucesso de vendas.

Dos relatos emerge a figura de um Aurélio romântico, caçador de palavras descompromissado com prazos e custos. Também a de um homem preguiçoso, desorganizado e, por vezes, ardiloso, que desdenha do esforço de seus colaboradores. Todos, no entanto, reconhecem a genialidade do Mestre, como era conhecido, sua cultura, memória e erudição. Dos grandes, se não o maior filólogo do país, de carisma inquestionável e membro da Academia Brasileira de Letras desde 1961.

Pois é, o filho da pequenina Passo de Camaragibe, Alagoas, é pai do best-seller-mor de todos os tempos no Brasil… São mais de 15 milhões de exemplares vendidos.

Aurélio nos deixou em 1989.

Ficha técnica:

Título: Por trás das palavras – As intrigas e disputas que marcaram a criação do dicionário Aurélio, o maior fenômeno do mercado editorial brasileiro

Autor: Cezar Motta

Editora: Máquina de Livros

Preço: R$ 49,00 (impresso) e R$ 32,00 (e-book)

Páginas: 192

Imagens: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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