‘Se o “desenvolvimento” que eles (o Governo de Pernambuco e afins) pregam for esse, o desenvolvimento de destruição, o Fórum será sempre uma pedra no sapato sim. 

Se existem várias alternativas locacionais, por que passar justamente por cima de nosso último fragmento de Mata Atlântica acima do Rio São Francisco, habitat de espécies em extinção, de árvores seculares que nenhuma compensação ambiental trará de volta?

Existem alternativas. Só com essas duas palavras esse famigerado arco deveria ser levado para longe daqui. Só essas duas palavras deveriam convencer esse governo que se diz “sustentável e carbono zero” nas audiências da ONU e instâncias afins. Publicidade enganosa? 

Imaginem, aldeienses e visitantes, imaginem esse túnel lindo de mata que atravessamos para chegar a Chã de Cruz, entre os km 16 e 19. Eu me maravilho sempre que passo. 

Imaginem o túnel verde e, corta a cena mental, substitua por uma gigantesca “highway”, com um imenso trevo feito aquele da BR-101 para ir para Caruaru. Essa é a ideias deles, é cruzar esse túnel verde com milhões de toneladas de asfalto e concreto.

Vocês podem imaginar isso?

E tudo por quê? Para os caminhões da Fiat chegarem mais rápido a Suape? Para valorizar as terras das usinas, que pretendem construir mais mega condomínios e multiplicar suas já imensas fortunas?

Isso é desenvolvimento? 

Vamos ser pedras sim. Há 17 anos somos!’.

Ludmila Portela é jornalista e vice-presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia (FSaA)

Foto da mata: Débora Crispim.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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