Se liga: o evento, que é virtual e completamente gratuito, acontece em duas etapas: entre os dias 28 e 30 de abril e 9 de maio, com exibição de filmes, debates, shows e performances de artistas do calibre de Luedji Luna, Mariana Aydar, As Baías, Mel Lisboa, Naruna e Anelis Assumpção. Discutir e celebrar a força e a importância do feminino na sociedade é o alvo – transmissão pelo canal do grupo no YouTube.

“O Festival Feminino é mais um canal para que vozes potentes sejam amplificadas e ouvidas nesta trilha sem volta que é a luta pela igualdade de gênero e o respeito absoluto a diversidade”, diz Débora Ribeiro, idealizadora do Festival ao lado de Dani Godoy, que completa: “O Festival emprega uma equipe prioritariamente feminina, desde o quadro técnico até as artistas em destaque, criando assim representatividade do gênero em cargos ainda ocupados majoritariamente por homens, e consequentemente contribuindo para o processo de igualdade”. As produtoras reforçam o conceito de que o projeto pretende despertar o feminino que existe e resiste em todos, sem nenhuma distinção, e que esta constatação, principalmente dos homens, nos levaria a um salto civilizatório importante.

Oficialmente, o Festival Feminino iniciou-se no Brasil em 2018 num 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quando um mural de 8m x 21m, discutindo a violência contra as mulheres, foi inaugurado em São Paulo. Criado pelas artistas Joana Lira e Kimani, o mural foi instalado na empena de um edifício localizado próximo ao Minhocão, na região central de São Paulo.

“Depois de 22 anos morando em SP, ter uma arte de denúncia pintada numa empena de prédio, fazendo parte da galeria a céu aberto do Minhocão, é um chamado a pertencer à cidade. Falo isso como mulher, como nordestina e como artista”, conta a pernambucana Joana Lira. “A obra foi criada em parceria com a poesia potente de Kimani e relata as violências, em graus diversos, que todo universo feminino sofre”, explica.

Abertura

Sempre com apresentação da cantora Tiê, a programação traz em sua noite de abertura marcada para hoje, quarta-feira, 28, às 19h, uma roda de conversa com o tema Corpo Delito, que será focada no filme Um Céu de Estrelas (1996), que durante a década de 90 trouxe luz à questão da violência doméstica e do feminicídio sob uma perspectiva feminina. A diretora do filme, Tata Amaral, e a promotora de justiça, Gabriela Manssur, conversam sobre o momento atual, as conquistas das últimas décadas e a importância da forma como o corpo feminino é retratado no audiovisual e o que é preciso fazer para a mudança deste cenário. A mediação será da consultora e ativista em Direitos Humanos e Diversidade, Mafoane Odara. Ainda hoje, o público poderá conferir um show inédito da cantora Luedji Luna e uma performance da slamer Kimani.

Na sexta-feira, 30, às 19h, é a vez de o Corpo Liberto tomar a roda de conversa, com o documentário Que os olhos ruins não te enxerguem (2019), de Roberto Maty. O filme se propõe discutir a diversidade de gênero, classe e raça dentro da comunidade LGBTQIA+ através de personagens da periferia de São Paulo. Pegando carona nos bons olhos do documentário, a visão de libertação do olhar opressor para todos os corpos femininos ganha novos contornos com o encontro da comunicadora, historiadora e pesquisadora Giovanna Heliodoro com a fotógrafa Maria Ribeiro, mediado pela gestora de comunicação, Dríade Aguiar. O encontro será seguido de show de As Baías e Naruna.

Todos os filmes estarão disponíveis para visualização gratuita, online, na plataforma da SPCinePlay e no Youtube do Quebrando o Tabu até o dia 30 de abril. As rodas de conversa contam com intérpretes de libras.

Rachel de Toledo Piza, curadora da mostra, diz que “Com o aumento diário da violência contra a mulher em todas as esferas, mas principalmente da violência doméstica durante a pandemia, nota-se como é inseguro esse lugar casa e esse lugar corpo”. Ela ainda conta sobre a escolha dos temas das rodas de bate-papo: “Partindo da experiência do feminino, desdobramos três Corpos como lugar de fragilidade, luta, empoderamento e libertação: Corpo Delito, Corpo Político e Corpo Liberto”.

A terceira edição do Festival Feminino é dividida em duas etapas e conta com dois projetos distintos que se unem na intenção de reforçar sua potência. A programação dos dias 28 a 30 de abril é apresentada pelo Governo Federal, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e tem apoio do ProAC e da Lei Aldir Blanc. Já a programação do dia 09 de maio, também apresentada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e apoiada pelo ProAC, tem patrocínio da AkzoNobel e Tintas Coral. O Festival é uma realização Ninas e conta com apoio cultural da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo.

No domingo, 09/5, Dia das Mães, a Funmilayo Afrobeat Orquestra abre uma série de shows, às 13h, no topo de um edifício localizado no Centro da capital paulista, tendo a cidade de São Paulo como cenário inesquecível. As apresentações continuam com Clarianas, 15h, e Josyara, 17h. Anelis Assumpção fecha a programação do Festival Feminino com seu show, às 19h. A apresentação será da jornalista Patricia Palumbo.

PS: a classificação é livre e tem intérprete de Libras nas rodas de conversa.

Poeta Kimani em ação. Foto Sérgio Silva.
Mel Lisboa também vai. Foto: Fábio Audi.

Imagem em destaque: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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