Tem gente que não envelhece, apesar do branco nos cabelos. Tem gente que não larga mão dessa inquietação de ousar, mesmo – e ainda bem – que em outros formatos.

Conheci o sapateiro Jailson Marcos nos anos 80 pra 90, não sei ao certo. Só sei que a cidade fervia e ele estava lá, fervendo também com suas criações. Éramos todos meio casulos: músicos, estilistas, jornalistas e tantas outras categorias.

Pois é, Jailson chega aos 30 anos de ofício festejado por artistas, celebridades, gente alternativa e descolada e chega agora ao templo de consumo: sexta-feira, 7/5, inaugura no Espaço MIX do RioMar Shopping a sua primeira loja num centro de compras – projeto da arquiteta Glícia Fernandes.

O novo espaço tem como proposta trazer o painel de calçados criados por Jailson Marcos ao longo da estrada. Nas prateleiras, tanto os modelos clássicos, quanto os recém-criados – como os exemplares das coleções Litorânea e Resort Brasilis.

A loja também contará com local destinado à exposição do acervo de JM. Mostras periódicas irão apresentar ao público sua produção mais conceitual que, em diversos momentos, dialoga com os movimentos culturais que fizeram do Recife a Manguetown.

Jailson Marcos por ele mesmo

“Eu sou um criador de sapato – o sapateiro não é o que conserta, é o profissional que cria sapatos”.

“Salvatore Ferragamo foi minha grande referência”.

“Minha mãe era uma exímia artesã e me inspirou muito a escolher a profissão que tenho”.

“Eduardo Ferreira foi quem me apresentou o mundo fashion”.

Suas origens

Jailson Marcos é filho de Santana dos Matos, coração do Sertão do Rio Grande do Norte. Fez faculdade em Natal – seu sonho era ser arquiteto, mas se encontrou na educação artística. Porém, em 1985, o Recife lhe chamou e o resto da história é bem conhecida.

“A sandália que me saltava aos olhos era aquela do sertanejo, meio franciscana e que cobre os dedos dos pés”. Ou seja, JM honra as origens, mas está plugado no mundo, tudo ao mesmo tempo agora. Tanto é assim, que seu trabalho sempre foi unissex, como se chamava há anos atrás – desde sempre o agênero faz parte do seu conceitual.

Sustentabilidade e futuro

“Eu sempre optei pelo sintético, até por questões financeiras.  Muitos clientes chegam a mim por trabalharmos com couro sintético. Temos outros calçados em que as telas dos sapatos são de garrafas pets recicladas.”

“Estou envolvido num novo projeto, o reaproveitamento de materiais da indústria automobilística.”

Siga para saber tudo:

www.jailsonmarcos.com.br

@lojajailsonmarcos.recife 

Foto: Paulo Bezerra de Melo.

Plataforma de papel machê usada por Gilka Brechó. Sapato também é história.

Edgard HomemAuthor posts

Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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