Depois de estrear, não por acaso, no Sesc de Petrolina, a exposição Infinitamente Sertão, do artista Joelson Gomes, chega ao Recife.

Desembarca na Casa Simples, o ateliê-residência do artista a Rua dos Arcos, 260, Poço da Panela, Recife – o abre será no dia 11 de dezembro, um sábado, das 17h às 21h. A mostra, composta de dez esculturas (cerâmicas modulares de grandes dimensões), fica em cartaz até o dia 24/12.

Abaixo, fragmentos do texto curatorial de Joana D’Arc Lima revelam a poética desse Joelson de agora.

Infinitamente Sertão: Joelson Gomes

Para Joelson o Sertão atravessa as fronteiras definidas na cartografia oficial e transborda nas maneiras de ser, nos modos de fazer, de falar, de comer e de sentir, de pessoas que vivem em todo o território nacional. O Sertão é um lugar no imaginário nacional que é habitado pelo mítico, pelo encantado e pelo rústico, mas, ainda, há muito a ser descoberto…

Infinitamente Sertão, exposição que ora apresentamos, revela a trajetória de pesquisa que o artista vem fazendo ao longo dos anos, com base na construção de esculturas em cerâmica, todas inéditas, fazendo uma significativa interferência na arquitetura de cada um dos espaços expositivos onde estas obras são instaladas. As esculturas adentram as galerias como torres, obeliscos, marcos de uma paisagem que ora nos remete às estruturas das imensas chaminés das instalações dos antigos engenhos de açúcar, ou das fábricas e usinas espalhadas por todo Pernambuco, ora se assemelham às colunas que sustentam as inúmeras edificações que se espalham por todo canto. Essas esculturas são montadas a partir da construção de objetos utilitários que sobrepostos um a um formam grandes totens infinitos, produzindo um novo sentido a edificação e ressignificando as maneiras de construir e os modos de fazer e ser presentes nas paisagens destes Sertões híbridos. Dessa forma, essas imagens contribuem para rememorar e recontar parte da história desses lugares e das pessoas que os habitam.

Joana D’Arc Lima é historiadora, docente na Unilab/CE e curadora.

Viver de arte, viver para a arte. Hábito que deveria virar moda de novo.
Tão simples e inédita. Soa paradoxal.
Criador e criatura e assim sucessivamente.

Fotos: Flávio Lamenha.

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Edgard Homem

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