Rosa e o Cabaré da Rosa por Ronaldo Fraga

Além da curiosidade em torno da festa propriamente dita, vez por outra me perguntam como eles se conheceram e os porquês da parceria. Decidi beber direto na fonte. A vez e a voz para o estilista Ronaldo Fraga:

“Quem me levou até Rosa foi a comida. Eu estava de passagem pelo Recife, estava a trabalho, e pedi ao pessoal da equipe para comer algo genuinamente pernambucano. E aí me indicaram o Tempero de Rosa, no Hotel Central.

Fui, fiquei fascinado pelo lugar e mais ainda por Rosa, que sentou-se com a gente e contou sua história.

Brincando, falei que faria um cabaré naquele lugar… Aí ela mostrou o braço todo arrepiado e disse que Tonha, uma de suas tias, tinha sido dona de 2 cabarés no interior de Pernambuco”.

Por influência de Tonha, a cozinheira Rosa Maria criou gosto pelo cantar. E naquele almoço, ela cantou, cantou no meio do salão para Ronaldo ouvir. O mineiro enlouqueceu.

“Fui para BH e lá contei da Rosa para um monte de gente, mas logo voltei. Passei o Natal em Recife, quando me hospedei no Hotel Central com Hoslany, meu companheiro, e aí perguntei a ela: quando vai ser o cabaré? ‘Quando você quiser’. Estava dada a carta branca. Depois do Réveillon em Alagoas, retornei para montar tudo em pouco mais de 1 dia”.  

Cabaré da Rosa. Escolheu-se esse nome para a festa que nasceu com cara de baile. Fantasias, música de zona e carnaval de saideira, porque estamos na terra do frevo. A primeira aconteceu em 4 de janeiro de 2022.

“Noite muito feliz em tempos muitos tristes”.

Rosa é…

“Mulher brasileira, cheia de garra, empreendedora e, não bastasse ser mulher, negra. Vencedora. É o que me emociona. E ainda leva alegria por onde passa. Não se deixou sucumbir pelas marcas e fraturas impostas pela vida. É crônica brasileira. Tenho muito orgulho e honra de ter sido aceito como seu amigo”.

Guardiã

“Não existe melhor guardiã para o Hotel Central. Espero que consiga apoio de investidores sérios para transformar o prédio num espaço cultural, além de hospedagem e gastronomia. Sempre com a voz da Rosa recebendo as pessoas, é claro. Levarei o nome Rosa para onde for”.  

Cabarélizando

“Cabaré é noite de música, alegria, diversidade, inclusão e, principalmente, libidinagem, muita libidinagem, que a gente gosta e está sentindo falta. Ótimo que aconteça em Recife. O Cabaré da Rosa será sempre um motivo de retorno para esta cidade que eu tanto amo”.

PS: o Hotel Central começou a ser construído em 1928. É considerado o primeiro arranha-céu da capital – são 8 andares. A queima de fogos do Ano Novo acontecia na cobertura e a tripulação do Zeppelin hospedou-se por lá e também Carmem Miranda, Getúlio Vargas… O poeta Manoel Bandeira frequentava o restaurante no 7º andar e por aí vai.  

Anota:

Estão à venda os ingressos para o II Cabaré da Rosa, pois o freje continua e o tempo não para – com apresentação da Orquestra Universal. Quando? Dia 30 de abril, das 19h até a meia-noite. Quanto? R$ 60,00 por pessoa. Onde? Hotel Central – Avenida Manoel Borba, 209, Boa Vista, Recife. Reservas pelo 81. 99774.3428.

Venha fantasiad@!

Fotos: com exceção da segunda, todas são de Ademar Filho.