Um ano em que o não saber é a regra sem exceção. Pelo menos até agora, 12 de maio de 2020, tem sido assim.
O que se faz diante disso?
Tem gente em pânico, paralisada. Tem gente que decidiu confiar e entregou-se às forças cósmicas que regem a vida, mas o céu ainda está nublado. Há quem não dê a mínima e queira a normalidade de volta – porque desconheço a vivência da normalidade, isso soa estranhíssimo. Outras apostam todas as fichas, ainda, na alta performance. Crise é igual a oportunidade de fazer dinheiro e se der para comprar alguma empresa falida, perfeito. Outros tipos existem e têm aqueles como o artista plástico Edson Menezes, que acessam rara tranquilidade e produzem, mais do que antes, bens de valor perene. Esses eu invejo.
No epicentro das energias de um planeta em transição, ele manufatura Ego Despido.
“Ego Despido nasceu como todos nós, nus, crus, autênticos, chorosos, berrantes, famintos, serenos, sonolentos. Saídos da zona de conforto do útero materno, com as mais primitivas emoções a flor da pele. Humanos apenas humanos. Experimentamos sede, fome, frio e sono. Sem um perfil construído e elaborado.
O corpo, médium do espírito, nunca foi imune aos sentimentos e as suas consequências psicológicas.
A era internáutica global nos trouxe novas circunstâncias, uma revolução emocional contemporânea em plena erupção e por isso de difícil julgamento dos prós e contras, paradigma frequente nos grandes revolucionamentos históricos. Todas as rupturas de geração e seus estados de mutação parecem irracionais, mas são inevitáveis”.
Adiantamos conceito e imagens da exposição Ego Despido que, assim como 2020, pelo menos até agora, 12 maio, ainda não sabe quais serão os seus próximos passos no mundo de carne e osso. Admirar, refletir e aguardar.
PS: Edson Menezes é trabalhador das artes há 25 anos.
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