O pleno do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) aprovou, dentro das comemorações do centenário do Patrono da Educação Brasileira, o encaminhamento de institucionalização do Bosque Paulo Freire, às instâncias superiores da Universidade.

A vegetação presente nos 1,5 hectares do Bosque compõe, na área contínua do Departamento de Educação, um espaço aprazível, frequentado por alunos e professores, em atividades acadêmicas e recreativas. Aulas, reuniões de trabalho, comemorações natalinas, festas de São João e aniversários são comumente realizados, por décadas, no Bosque do Departamento de Educação.

A ausência de manutenção adequada e permanente das árvores e da infraestrutura local (podas, análise fitopatológica das espécies, bancos, lixeiras, iluminação, sinalização) e segurança tem favorecido uma ameaça constante à conservação paisagística e ambiental dessa área verde. 

Áreas verdes, como o Bosque do Departamento de Educação, poderão abrigar exemplares da fauna e serem utilizadas de forma mais condizente com as aulas práticas e atividades de educação ambiental, além das recreativas.

Foram as incertezas permanentes sobre o destino do Bosque do Departamento de Educação que levaram alunos de Engenharia Florestal, inscritos na disciplina Comunicação e Extensão Rural, a desenvolver um projeto de extensão, sob a minha responsabilidade, para criação do Bosque Paulo Freire, durante a II Jornada de Comunicação e Extensão Florestal, com o tema Áreas Verdes de Convivência na Rural, em 2017. Tiveram como objetivo apoiar a resistência do Bosque, ao mesmo tempo agradeciam ao Patrono da Educação Brasileira pelas lições tiradas no campo da Comunicação e Extensão Rural.

Os alunos analisaram a fitossanidade das árvores, identificaram as espécies, verificaram as clareiras disponíveis no Bosque e plantaram quinze mudas de árvores nativas; retiraram o lixo acumulado e móveis velhos encontrados no entorno, instalaram novas lixeiras e bancos, revitalizaram a mandala de ervas medicinais, que se encontrava no local; criaram um mural na parede lateral do terreno, para divulgação de eventos e grafitagem, e uma arte urbana foi idealizada e executada nessa parede, pela artista plástica Natália Carvalho Ferreira. Todas estas atividades contaram com o apoio do Departamento de Educação, do Departamento de Logística e Serviços (Delogs) e do Departamento de Ciência Florestal.

Se o Bosque Paulo Freire for institucionalizado, será um reconhecimento simbólico da importância da teoria e da prática paulofreirianas na UFRPE. Como simbólica é a resistência do Bosque Paulo Freire diante das intempéries institucionais e ambientais, como foi a própria vida política do educador pernambucano e seu legado humanístico, cultural e democrático, no Brasil e no mundo.

Embaúba à espera dos auspícios do mestre Paulo Freire.
Um retrato em branco e preto. Angelo Brás Callou é professor titular do Departamento de Educação da UFRPE.

Acácia, foto destaque: Rafael Damacena.

Embaúba, foto: Rafale Damacena.

Angelo Brás Callou, foto: divulgação.

Edgard HomemAuthor posts

Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

vinte − 17 =