2024 não pode ser mencionado sem abordar aqui, pelo menos, três aspectos: Primeiro, os Circuitos das Feiras Literárias. Bienais. Muita coisa aconteceu em 2024 entre Salvador, São Paulo, Rio Grande do Norte (mais especificamente no paradisíaco balneário de São Miguel do Gostoso), o interior do Estado, e ainda não alcancei chegar, por incrível que pareça, em outros circuitos da Paraíba e Rio de Janeiro, Porto Alegre, que estariam, em outros tempos, talvez mais em busca da nossa Literatura. E aí estão planos para 2025. A convite de uma Professora, Formadora de Novos Leitores e com projeto aprovado de ampliar e adensar a percepção dos coordenadores no trabalho de Machado de Assis, tive a oportunidade de dialogar com as pesquisas e foram inúmeras as trocas neste ambiente de Formação. Por fim, e não menos importante, tive a imensa alegria de ter um livro aprovado pelos editores William Kokubun e Matheus Bibiano, da Minimalismos, que apresentou nestes anos de 2023/2024, uma proposta, acredito, cativante. Como o nome diz, de um papel “confortável para quem ama livro físico e lê”, fontes generosas, recursos estéticos argutos, de ousadia boa a enfrentar os terríveis números de redução de leitores e leitoras, quase 7 milhões, por causa das discursividades contrárias. Da retirada de recursos dos programas que incluem a presença de escritores nas escolas, do desmonte das universidades brasileiras. Vale salientar a importância das bibliotecas públicas que também foram premiadas pelo Jabuti, como a editora indicada, que mencionei aqui. Que em 2025, a gente veja em cada praça deste país mais pessoas recuperarem o gosto de ler, sem pressa, de paginar um livro, se deleitar com ele. Este “lazer” tão importante, restaurador do que gostaria de chamar “metafísico”, sabe? Ler é o momento em que as coisas internas se resolvem. Os fragmentos, deixados no caminho, pela pressa e falta de jeito, refletem o vislumbre outro. As coisas se reconheciam, reencontram o “alumbranento”. Só assim sobrevive a possibilidade de construir outro tempo. Este tempo não linear, feito da matéria-prima humana mais essencial: A verdade dos afetos. De entendimentos plenos. Que 2025 nos ofereça o modo mais elucidativo de fazer, a qualquer hora do dia e da noite, aptidão à verdadeira potência humana: a “clarividência”. Espero ver as coisas “se encaixando”. Quem sabe trocar cada centavo sedificado entre os que preferiram investir no tráfico de drogas.  Sedificar outro pensamento. Não se pode fazer de todo ser humano uma redução. Que todo ele não presta e é tão corrupto. Há de haver uma chave para virar o jogo. Com direito a toda técnica, toda arte. Divinamente.

Geórgia Alves é Escritora e jornalista. Pesquisadora. Mestra em Teoria Literária pela Universidade Federal de Pernambuco. Escreveu a dissertação: O Retrato do Recife de Clarice Lispector (2018), disponível no repositório UFPE. Assina artigo recordista em acessos: “Selvageria e Amor em Clarice Lispector: Leitura do conto “Búfalo”. Auxilia outros escritores na Criação Literária. Autotora dos livros: Reflexo dos Górgias (2012); Filosofia da Sede (2014); A caixa-preta (2020) e A qualquer hora da noite enquanto piso em Pedras Ternas (2023).

E isso é a ponta do iceberg.

Fotos de Geórgias Alves: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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