Um dia, pra ser mais exata, num fim de tarde, há muito tempo, pra ser mais exata, em 1982, estava eu sentadinha na calçada em frente à minha escola, conversando bobagens adolescentes com alguns amigos de turma que faziam hora pra ir assistir a uma aula de física ou química ou algo assim, qdo, de repente, no céu avermelhado do lusco-fusco, surgiu um imenso círculo de luz roxa. E de dentro desse círculo, uma luz laranja. E outra de um rosa quase fúcsia. E outra luz amarela. E esse espetáculo inesperado de luzes que era quase uma aurora boreal, deve ter durado uns 10 minutos e a rua inteira se quedou paralisada diante da beleza e tremendo de pânico, um pé no deslumbramento e outro no medo da morte e do fim.
Sim, amiguinhos e amiguinhas. Vcs estão a pensar que se trata de mera literatura como a pegadinha de Orson Welles em A Guerra dos Mundos, mas, de fato, aconteceu. Não. Não era o armagedon. Soubemos, apenas no dia seguinte, que tratava-se de uma experiência, uns testes astronômicos de sei lá o que, feitos no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, que foram avistadas até aqui no meu Recife. E entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato.
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