Entre trancos e barrancos, acredito que 2024 foi um ano positivo para as Artes. A democracia voltou ao país faz pouco tempo (2023) e trouxe o Ministério da Cultura na bagagem. Sempre tem a turma do contra, então, nós avançamos aos solavancos, mas avançamos.

Em 2024, o MinC teve o maior orçamento para Cultura dos últimos 10 anos, o que repercutiu em inúmeras realizações como o lançamento de editais, os mais variados: fomento a intercâmbios, fruição, criação, apoio as rádios comunitárias, além de abrir discussões – vigente – para construção do novo Plano Nacional de Cultura (2025 – 2035) e, em especial, a consolidação da Lei Aldir Blanc, de emergencial para uma política nacional permanente de Cultura, executada com recursos federais repassados para estados e municípios de todo país.

Certo que a aplicação da supracitada lei – ainda em 2024 – esbarra em entraves políticos, sociais e burocráticos, mas os desafios são cada vez mais confrontados pelo povo de Cultura e seus conselhos e, pé ante pé, progredimos.

Acredito que a PNAB Lei Aldir Blanc seja a maior contribuição para as Artes em 2024. Fruto da democracia, essa política é estruturante para o setor em todo país.

Pessoalmente foi um ano muito feliz, de novo, sempre aos solavancos, mas feliz. Consegui empreender dois espetáculos excepcionais, de grupos distintos: em março, “AnTígona – A Retomada” onde sou coordenadora geral e atriz, e, em julho, “Noite” onde atuei como diretora de produção e hoje permaneço como atriz. Participei de importantes festivais de teatro no Recife e em Pernambuco; integrei o elenco de filmes e vídeos, além de ter participado de inúmeras formações em teatro, circo e audiovisual e, por fim, fui selecionada para 13ª Mostra de Circo do Recife com o número: “Missão IM-POS-SÍ VEL!”, da Palhaça Gegê (Gertrudes), sob a direção de Bóris Trindade Júnior.

Pronto, fechei 2024 com chave de ouro!

2025 nem chegou e já está chegando! Fui selecionada pela Fundação Cultural Palmares para realizar um intercâmbio cultural na Bahia onde, entre outras ações, irei apresentar “AnTígona – A Retomada”.

A viagem será no finalzinho de janeiro, mas, antes de partir, realizaremos uma micro temporada do espetáculo no MAMAM – Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, aos sábados e domingos: 11 e 12, 18 e 19 de janeiro, sempre às 19h. Os ingressos vendidos darão suporte a nossa incursão baiana. As informações mais detalhadas sobre a campanha estão no Instagram @antigona_aretomada.espetaculo

No mais, faço votos que 2025 seja o ano em que os equipamentos culturais do Recife passem por uma manutenção estrutural, que novos equipamentos técnicos e, até mesmo, mobiliário sejam adquiridos; espero que em 2025 vejamos os teatros dos bairros (Compaz) igualmente bem equipados tecnicamente e estruturados; fico na torcida para que a ocupação rotineira de pautas – no Recife e em Pernambuco – se torne uma política pública de formação de plateia e apoio à fruição; rogo ainda que 2025 nos traga a felicidade de ver o extenso e maravilhoso calendário de festivais do Recife (literatura, teatro, circo, dança, etc.) distribuído ao longo de todo ano e não concentrado, apenas, no segundo semestre; e por fim, que a partir de 2025 o Estado de Pernambuco invista continuamente em editais de subsídios para espaços culturais e similares, estruturando a prática de grupos e companhias em cada uma das 185 cidades do nosso território. Sem sonhos, nós não saímos do lugar!

Obrigada 2024. Seja bem-vindo 2025!

Ella

Atriz pernambucana, Márcia Luz soma mais de 30 anos de profissão. Professora de teatro formada em Licenciatura em Educação Artística – Artes Cênicas (UFPE/Recife-BR) e especialista em Desenvolvimento Social (IUED/Genebra-CH) e Psicopedagogia (FAFIRE/ Recife-BR), também atua como produtora cultural e palhaça.

Diretora da Luz_Criativa, já foi dirigida por Manoel Constantino, Cira Ramos, Antônio Cadengue e Marcondes Lima. Integrou os coletivos Caravana de Palhaços de Pernambuco, Companhia Teatro de Seraphim e o Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás e por aí vai…

Foto em destaque, Márcia Luz encarnada de Antígona: Júlio Morais.

Foto 2, Márcia Luz dando pinta: Rogério Alves.

Edgard HomemAuthor posts

Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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