“Fábrica de Brinquedos
Em um súbito instante, rasgo as entranhas da terra e vejo replicar as formas que me transportam ao caos.
Com isso, me aproprio e faço delas suporte para imprimir meus momentos.
Contando o tempo sem me dar conta dele, junto farpas quase em surto, ergo altares, procuro não sei o quê. E no vazio, lanço olhar para o infinito.
Imagina o buraco negro?
No ponto escuro aprofundo o olhar, aprofundo, aprofundo, até que ele me roube o ar.
Paro.
Volto à borda da imagem, tonta. Tateio ao redor e me ponho firme. Busco respostas, mas meu entender não as acessa. Aí mergulho no escuro e me vejo alma.
Em que dimensão estamos?
Que tempos são esses que me fazem sentir o coração desfiado em lascas?
Perdida, retorno a minha galáxia e dou conta do balé dos planetas que circulam o sol e de mim no planeta azul – cor predileta.
De posse dessa consciência planetária, imagens que se apresentavam das minhas lembranças, divagam nas belezas desse mundo.
Ai!
O meu coração se restaura em firme músculo. Novamente paro. No cantinho do meu mundo, minha netinha de 1 ano balbucia sons enquanto dedilha os tubos das minhas tantas tintas.
Num profundo suspiro, me descubro cores e mergulho no mundo de Sofia”.
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