“Fábrica de Brinquedos

Em um súbito instante, rasgo as entranhas da terra e vejo replicar as formas que me transportam ao caos.

Com isso, me aproprio e faço delas suporte para imprimir meus momentos.

Contando o tempo sem me dar conta dele, junto farpas quase em surto, ergo altares, procuro não sei o quê. E no vazio, lanço olhar para o infinito.

Imagina o buraco negro?

No ponto escuro aprofundo o olhar, aprofundo, aprofundo, até que ele me roube o ar.

Paro.

Volto à borda da imagem, tonta. Tateio ao redor e me ponho firme. Busco respostas, mas meu entender não as acessa. Aí mergulho no escuro e me vejo alma.

Em que dimensão estamos?

Que tempos são esses que me fazem sentir o coração desfiado em lascas?

Perdida, retorno a minha galáxia e dou conta do balé dos planetas que circulam o sol e de mim no planeta azul – cor predileta.

De posse dessa consciência planetária, imagens que se apresentavam das minhas lembranças, divagam nas belezas desse mundo.

Ai!

Sofia

O meu coração se restaura em firme músculo. Novamente paro. No cantinho do meu mundo, minha netinha de 1 ano balbucia sons enquanto dedilha os tubos das minhas tantas tintas.

Num profundo suspiro, me descubro cores e mergulho no mundo de Sofia”.

Ana Veloso, 19 de abril de 2020. Uma artista.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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