Uma grande parcela da população utiliza plantas em suas casas, seja como forma de ornamentação, para alimentação, fins medicinais ou até mesmo para o bem-estar. São várias as características que deixam as plantas atrativas aos olhos. Entretanto, algumas espécies podem esconder substâncias que apresentam níveis de toxicidade. Para orientar quanto a importância da prevenção de intoxicação por plantas, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, listou algumas espécies e os cuidados necessários.
Informar-se a respeito das características das espécies é o primeiro passo antes de escolher uma planta para colocar em casa. Segundo o analista ambiental do Jardim Botânico do Recife, Afonso Agra, o cultivo de plantas sem o devido conhecimento de suas propriedades tóxicas, pode representar uma verdadeira “armadilha”, principalmente para crianças. “O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, estima que 60% dos casos de intoxicação por plantas tóxicas no Brasil ocorram com crianças menores de nove anos. Saber identificar as plantas tóxicas e conhecer seu nome são exemplos de medidas de prevenção para evitar os acidentes. O Fiocruz Imagens, banco de imagens digitais da Fundação Oswaldo Cruz, possui inclusive uma galeria totalmente dedicada a fotos de plantas tóxicas que podem auxiliar na identificação”, explica Afonso. As imagens estão disponíveis neste link https://bit.ly/3g1VVq8.
Dentre as plantas que necessitam de atenção redobrada estão comigo-ninguém-pode, tinhorão, espirradeira, espada de São Jorge; antúrio, mamona, dentre outras. “Das que mais causam intoxicação, a campeã absoluta de ingestão é a comigo-ninguém-pode, muito comum em casas e apartamentos. Ela é muito apreciada por causa da beleza de sua folhagem, da facilidade de cultivo e da crença popular de que traz proteção ao lar. Recente estudo divulgado por alunos da Universidade de São Paulo (USP), constatou que a planta é a que causa acidentes em cães e gatos. A intoxicação pode ocorrer por ingestão de qualquer parte da planta, contato com os olhos ou a pele, podendo causar edema das membranas mucosas e dificuldade de deglutição. Se o edema for intenso, a vítima corre risco de vida devido à total obstrução das vias aéreas. Então, sempre que perceber algum sintoma desagradável após manipular uma planta, procure o médico imediatamente”, reforça o analista ambiental.
Em caso de intoxicação, o analista Afonso Agra recomenda que a procura imediata por orientação médica. “Em casos de intoxicação, lave com água abundante o local e procure imediatamente orientação médica. De preferência, leve a planta até a unidade de saúde para que o profissional identifique-a e tome as medidas corretas no tratamento. Uma recomendação importante é nunca forçar o vômito em caso de ingestão e não oferecer ao intoxicado nenhum produto sem antes conversar com um médico”, orienta o analista. “Sempre quando possível, ensine às crianças que planta não é brinquedo e deve ser apreciada apenas observando-a. A informação é a melhor forma de prevenir esses acidentes”, completa Agra.
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