Sábado, 31 de agosto, e domingo, 1º de setembro de 2024, a peça será encenada, às 19h, no Teatro do Parque, Recife.

Tebas Land, que tem circulado Brasil afora, é sucesso de público por onde passa e mais que isso: recebeu o prêmio Shell RJ de Melhor Ator (Otto Jr.) e Botequim Cultural de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Ator (Robson Torinni). Também foi indicada ao Botequim Cultural de Melhor Ator (Otto Jr.) e Cesgranrio de Melhor Direção e Melhor Ator (Robson Torinni).

Mais ainda: fez acontecer, em julho, na última edição do Festival de Avignon, França.

Autoficção (amálgama de dados biográficos e inventados) que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime – assim define-se Tebas Land.  

Para não haver dúvidas a respeito da natureza do conteúdo e sua intensidade, chama-se de parricida a pessoa que matou o seu pai – que é o caso do espetáculo, a sua mãe ou qualquer outro ascendente (Dicionário Online Priberam de Português).

Caso haja disposição para este tipo de embate, de reflexão, só lhe resta garantir o bilhete.

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Tebas Land estreou em 2018 e retorna com os mesmos atores em cena: o mineiro Otto Jr. (o dramaturgo) e o pernambucano Robson Torinni (o parricida).  

Inspirada no mito do Édipo e na vida de São Martinho de Tours, santo europeu do século IV, a peça igualmente revisita textos que abordam o tema paternidade: Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski; Um Parricida, de Maupassant; e Dostoievski e o Parricídio, de Freud.

O autor, o dramaturgo uruguaio Sergio Blanco, expõe temas crucias: paternidade, desafeto, solidão, famílias disfuncionais e falência dos sistemas prisionais.

Tebas Land nos alerta sobre as consequências dos abusos (físicos, sexuais e psicológicos) sofridos na infância, mas que perduram durante toda a vida toda.

Os encontros entre os personagens se dão na quadra de basquete da prisão.

Fala Sergio Blanco:

‘A peça aborda uma questão que muito nos toca: as ligações com os pais. Nem todos podemos ser pais, mas todos somos filhos e, portanto, todos temos a experiência da descendência. É também um trabalho sobre a dinâmica do que é a engenharia da construção de uma peça, como o texto pode ser escrito’.

Fala o diretor Victor Garcia Peralta, idealizador do projeto junto com Robson Torinni:

‘O texto nos cativou pelos dois diferentes planos, razão e emoção, e pelo processo criativo imbuído neles, em que a dramaturgia é construída durante a ação da peça, oscilando, quase que paralelamente, entre a discussão do fato ocorrido e a construção do texto da peça que será baseada no crime’.

Fala Robson Torinni:

‘O que mais me assombra em Tebas Land é a maneira como ele reflete a realidade vivida por tantas crianças e jovens, especialmente nas periferias das grandes metrópoles ao redor do mundo – uma realidade que, lamentavelmente, ainda está longe de mudar.

Ao mesmo tempo, o que mais me fascina é a capacidade do texto de provocar uma profunda reflexão no espectador, desafiando-o a repensar sua visão de mundo e a se colocar no lugar do outro. Tebas Land é, acima de tudo, um convite à empatia.

É esse assombro que me motiva a continuar contando essas histórias, na esperança de, mesmo que não consiga mudar o mundo, transformar a perspectiva de algumas pessoas. Acredito que a função da arte ainda é educar, e é por isso que faço teatro’.

PS: estudo revelou que no Brasil, apenas no primeiro semestre de 2022, 84% das violações contra crianças de até 6 anos foram cometidas por familiares.

Ficha técnica

Autor: Sergio Blanco

Tradutor: Esteban Campanela, Robson Torinni e Victor Garcia Peralta

Direção: Victor Garcia Peralta

Atores: Otto Jr. e Robson Torinni

Cenógrafo: José Baltazar

Iluminador: Maneco Quinderé

Figurino: Criação coletiva

Trilha Sonora: Marcello H

Operador de Luz: Rodrigo Lopes

Operador de Som: Rodrigo Pinho

Assessoria de Imprensa: Bruno Albertim

Designer Gráfico: Alexandre de Castro

Fotografia: Rodrigo Lopes e billnog.biz

Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela

Produção: Galharufa Produções Culturais

Produção Local: Flávio Marques

Produção Executiva: João Eizô Y Saboya

Realização: REG’S Produções Artísticas

Idealização: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta

Quanto? R$120,00 a inteira e R$60,00 a meia-entrada.

Vendas na bilheteria ou pelo Sympla:

https://www.sympla.com.br/evento/tebas-land-nao-e-permitida-a-entrada-apos-o-inicio-do-espetaculo/2568059

O Teatro do Parque fica na Rua do Hospício, 81, Boa Vista, Recife.

Foto em destaque dos atores Robson Torinni e Otto Jr. / billnog.biz: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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