Quem me apresentou Fastio foi Andréa Spinelli, artista plástica olindense de pegada realista, nascida e criada em Bairro Novo e com asas que a levam pelo mundo.

Também através dela, cheguei ao idealizador e organizador de Fastio: o historiador Wilson Chiarelli, professor titular de História da Arte do Colégio Imaculado Coração de Maria – instituição olindense de Bairro Novo e, ao que tudo indica, igualmente com asas que a levam pelo mundo. Tomara.   

E o que é mesmo Fastio?

Fastio é uma graphic novel, espécie de livro em quadrinhos, composto por narrativas de diferentes jovens artistas de Olinda – majoritariamente, pois alguns vêm do Recife.

“A ideia de criá-la surgiu depois de instituirmos um grupo de pesquisa e extensão no interior do Colégio Imaculado Coração de Maria, que chamamos de Laboratório MangueGeek. Outra motivação foi tentar ressignificar, ou recuperar o fôlego, da nossa cultura escolar que já publicava fanzines desde 2011, mas que o isolamento social havia dificultado essas operações”, conta.

Susto bom

O fato é que fiquei surpreso quando ´folheei` Fastio. É palpável o talento de muitos ali – jovens entre 13 e 17 anos. Percebi, quase que fisicamente, o impacto que a pandemia está causando nessa galera. Muitas histórias contam, conscientemente ou não, sobre como ´a guerra lá fora` causa ´uma guerra aqui dentro`. Há técnica e sensibilidade.

Wilson corrobora minhas impressões: “Além de termos feito a coletânea em quadrinhos mais refinada que já realizamos, ficamos extremamente satisfeitos de sermos habilitados para concorrer ao edital Aldir Blanc, oferecido pela prefeitura de Olinda, junto a artistas profissionais gabaritados. Mais felizes ainda, do nosso projeto ter sido contemplado no final do processo”.

Ou seja, Fastio já existe digitalmente, mas o fanzine deseja a vida material, quer virar de papel.

Pois é… Está no ar, pelo Catarse, uma campanha de arrecadação de grana para tonar esse sonho realidade. Quer colaborar? Vai lá no link: https://www.catarse.me/fastiomemorias?ref=project_link

Sobre o futuro

“Existem muitos adolescentes cheios de talentos e com habilidades e competências incríveis, com potencial e responsabilidade para desenvolver um trabalho sério e promissor. Por que não nortear esses esforços para potencializar nossa economia e honrar todo o legado existente pela história da arte olindense? Queremos dar continuidade ao que foi iniciado por Bajado, Adão Pinheiro, Humberto Magno, Guita Charifker e Montez Magno”.

PS: é fundamental citar Matheus Domingos, ilustrador de 17 anos, do colégios Santa Ana, na vizinha capital. Ele é o braço direito do professor.

Por fim, @s artistas envolvidos: Marina Flora, Fernanda Plauto, Gabriella Spinelli, Júlia Moutinho, Débora Umeda, Kilder Alves, Brenda Luana, Alexandre Gangorra, Beatriz Silvestre, Joyce Mirelly, Alice Lobo, Francis Castro, Sócrates Alves, Ana Clara Laurentino, Ana Clara Nery, Allan Guimarães e o próprio Matheus Domingos.

Aproveitando a deixa, se você quiser participar do grupo, a oportunidade é agora. Envie seu portifólio para o WhatsApp de Wilson Chiarelli: (81) 99813.0597. Não precisa ser habitante da Marim dos Caetés.  

A viagem começa por aqui…
A pressão intensificada pela pandemia. Por Gabriella Spinelli.
A Onda, de Marina Flora. Ela captou o espírito da coisa.

Terminar amanhã, de Júlia Moutinho. Quem nunca?
Sobre cultivar amigos. Matheus Domingos.
Além das diferenças. Amizade é tudo.
Ana Clara Laurentino, eu concordo com você. Pergunto-me, depois da leitura desses quadrinhos, se eu amadureci. Será?

Foto de Wilson Chiarelli e demais imagens: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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