Na antiguidade, a palavra pathos ou passio remetia a ideia de alguma coisa que se suporta, correspondia a algo similar de sentimento ou sensação, em vez de paixão. Para mim, ainda remete e corresponde.
A passione é a causa que leva o homem a julgar diferentemente o desgosto, a parcialidade e a provenção, resulta na dor e no prazer, ambivalentes e inseparáveis desde o parto.
Relacionamento é, sempre foi e sempre será, o assunto mais quente. É o que move os maiores clássicos da literatura, arremata a plateia no teatro, cinema, televisão e na vida real, afinal, nascemos dessa explosão de fogos de artifício.
Hoje, 2024, a tecnologia e a ciência são capazes de mapear distâncias milimétricas do fundo dos oceanos, do cosmo, da microcentésima partícula do DNA de um dinossauro perdido na seiva de uma seringueira na Floresta Amazônica.
Porém, até hoje, não se conseguiu inventar, construir, uma máquina capaz de medir amor.
É atemporal, não tem medida.
A.C. ou D.C., não há julgamento, nem razão de se saber qual casal sentiu mais ou menos amor. Impossível racionalizar os sentimentos. Ninguém enxerga além a partir de uma escolha que não entende.
Oscilar entre o sonho e o pesadelo, não determina quando um se transforma no outro. No topo de sua agenda existencial, o compromisso máximo, pontual ou não, é ser você mesmo.
Afinal, o preço da solitude é a liberdade.
Edson Menezes é do Recife (nasceu em 1970) e começou a desenhar aos 15 anos. Economista, decide se jogar nas artes em 1993, através das artistas-mentoras Badida e Ana Vaz. Gradua-se na Florence Academy of Art e faz pós, na UFPE, em Jornalismo e Crítica Cultural. Em 2024, a revolução está completando 3 décadas.
Imagem em destaque, Silicone Love. Pintura, óleo sobre tela, 50cm x 70cm, 2024 – de Edson Menezes.
Sem comentários