Em tempo de desfazimentos, uma notícia maravilhosa: a chef Rosa Maria assumiu a administração do Hotel Central! Justifico o entusiasmo. Inaugurado em 31 de outubro de 1928 e por muitos anos o prédio mais alto do Recife, a construção poderia parar em mãos pragmáticas demais. Gerenciar um local assim, exige um pingo de poesia no coração.

Para quem não a conhece, Rosa, 55 anos, pilota o restaurante Tempero da Rosa que funciona há três anos no térreo do Hotel Central – prove e chore com a galinha à cabidela, o galeto suculento recheado que é servido aos sábados e a peixada orgânica. Meu trio predileto. Aliás, ela tem um longo histórico de trabalho na empresa, ou seja, tem intimidade com o negócio. “Os planos estão no início e as possibilidades são muitas. Uma coisa eu digo: vamos trazer a vida de volta a este lugar. A cidade merece, o momento pede, nós merecemos”, diz a nova administradora.

Hospedaram-se por lá: Carmem Miranda, Orson Wells, Getúlio Vargas e até mesmo a tripulação do Graf Zeppelin. Por conta dos seus 35,74m, à época imbatíveis, no terraço da cobertura eram realizadas as queimas de fogos de artifício nas noites de Réveillon. Em 2017 foi tombado pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, CEPPC.

PS: a fotografia em preto e branco é de Alexandre Barzin, década de 1930.

Fica na Avenida Manoel Borba, 209, Boa Vista, Recife. (81) 3222.4001 / 3222.2353.

Rosa e seus quitutes e o Hotel Central. Isso é luxo real. Foto: Ademar Filho.

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Edgard Homem

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