“Sempre fui uma pessoa tímida e fechada, apesar de ter mudado de comportamento nos últimos anos em função do convívio familiar e da atividade profissional. Sou recifense, engenheiro agrônomo e paisagista, atividades que me fazem sorrir, estar feliz e de bem com a vida, e é assim que procuro me relacionar com a minha família, amigos e clientes. Acho a natureza fascinante.
Nesse período de isolamento, me deparei com um novo ritmo: padaria, farmácia e supermercado. Minha vida se restringiu ao confinamento com minha esposa e filho em nosso lar. Digo lar, porque o convívio tem sido de amor, harmonia, respeito e solidariedade. Não tem sido fácil para ninguém viver isolado socialmente, apesar das redes sociais que nos fazem interagir virtualmente com parentes e amigos.
E ainda cuidar da sobrevivência, com muitos momentos de angústia pelas incertezas do tempo, das possibilidades e impossibilidades e da crise que assola o país e o mundo.
Com o passar dos dias descobri novas necessidades e habilidades; transformei-me num homem doméstico: preparar comida, cuidar da casa e outras tarefas que antes eram feitas por uma funcionária que vinha todos os dias e zelava tudo por nós.
Atividades fazem os dias de impaciência passarem mais rápidos e serem produtivos.
De novidade, tenho a satisfação de cozinhar com carinho para a família, fazendo algo diferente e especial. De antigo, o amor pelas plantas que cultivo. São a minha terapia ocupacional e meu lazer, além do trabalho na nossa empresa de paisagismo. Aproveitei esse tempo para gravar e disponibilizar dicas de como cuidar das plantas no período de quarentena, com os recursos que temos em mãos. Está disponível no Instagram da @mkzpaisagismo.
O ato de cuidar me ajuda a ser uma pessoa melhor. Existem pessoas que gostam de criar animais, eu curto tratar de plantas. Isso proporciona um bem-estar fantástico e momentos de alegria e afeto.
A convivência social é essencial para o ser humano e isso vai voltar em breve. Todos necessitam de carinho e atenção. Sentimos falta do aperto de mão, do abraço do amigo(a), do irmão(ã), do desconhecido(a). Viver em sociedade significa interagir, amar, dar e receber afeto, tomar conta. É assim desde o instante em que nascemos.
Creio que a humanidade vai tirar muitas lições desse período. Vamos mudar costumes, ideias, prioridades e mais do que nunca vamos precisar enxergar o outro; sermos mais solidários e entendermos que também precisamos do outro. Novas condutas saudáveis para a vida em sociedade”.
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