Vamos às recomendações para as três possibilidades:

–    Dinheiro próprio;

– ‘Other people money’ (dinheiro de outra pessoa/sócio);

–     Empréstimos em bancos, instituições financeiras, etc.

Dinheiro próprio

Caso você tenha o capital, esta é a melhor forma de começar. A vantagem é evidente: iniciar a sua operação sem endividar-se.

Mesmo assim, é fundamental ter alguns cuidados.  

Não use todo o seu dinheiro na abertura; tenha sempre o que o americano chama de ‘cash flow’ ou fundo de caixa: lembre-se que nem todo negócio é rentável de largada, então, dinheiro de reserva é imprescindível. Neste segmento, recomendo que você tenha guardado de 6 a 12 meses o valor das despesas fixas do seu negócio.

Aproveite a disponibilidade de capital para conseguir boas negociações com os fornecedores; compre o que puder à vista, mas use o seu poder financeiro para adquirir algumas coisas a prazo e sem juros. Dinheiro na frente sempre abriu portas para ótimas negociações.

‘Other People Money’ (dinheiro de outra pessoa/ sócio)

A sociedade é tida, por muitos, como opção perigosa, mas, tudo pode sair bem se algumas precauções forem tomadas.

Procure associar-se com pessoas que você conhece há muito tempo, é sempre mais seguro; ter o caráter e os valores mapeados é meio caminho andado, o alinhamento de valores é determinante. Caso haja discrepâncias em relação aos valores do futuro sócio/sócia, não insista. Vai dar ruim no final.

Façam um contrato inicial bem amarrado, detalhando as remunerações e as funções possíveis, caso trabalhem na operação. Inclua a cláusula ‘exit’ (saída da operação), pois em caso de desfazimento da sociedade, já se saberia como isso seria feito; está especificado em contrato.

Contrate, sempre, advogados neutros e lembre-se: contratos rápidos e pouco detalhados, saída lenta da sociedade. Contrato lento e bem detalhado, saída rápida da sociedade.

Caso os dois se determinem a cuidar da operação, é importante que tenham características complementares. Por exemplo: se você é bom em gestão e finanças, o ideal é se associar-se a alguém bom em vendas e marketing. Assim, os envolvidos executam tarefas distintas, cada um em sua expertise, trabalhando em prol da empresa.

Empréstimos em bancos, instituições financeiras, etc.  

É um caminho arriscado. Sempre. Os juros brasileiros são muito altos e a falta de conhecimento em finanças pode lhe trazer, logo de início, grandes prejuízos.

Eu recomendo pesquisar em todos os bancos em que você tenha bom relacionamento, para saber qual poderia lhe dar as melhores condições.

Cuidado com as garantias. O ideal seria conseguir garantia em cima dos seus recebíveis, cartões de crédito, por exemplo. Mas para isso, a operação precisa ter algum histórico.

Nunca deixe de pagar as prestações. A famosa bola de neve tornará a dívida impagável.

Não cometa a besteira de fazer outros empréstimos na mesma instituição, para pagar a dívida principal. É cilada das grandes, porque os bancos vão aplicar juros mais altos, afinal, estarão correndo mais riscos. No entanto, eles vão lhe oferecer.

As dicas acima eu aprendi caminhando, já passei por todas essas experiências. Garanto que a melhor opção é o dinheiro próprio, porém, respeitando as ressalvas, as demais opções podem funcionar para você, como já funcionaram para mim.

*Empresário há 20 anos, Arnaldo Motta é sócio do restaurante Kojima e também aplica mentorias no segmento de gastronomia.

Foto: divulgação.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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