Os ataques nas praias da Região Metropolitana do Recife e seu rastro – 26 mortes e 50 corpos mutilados do início de 1990 até agora, inspiraram a performance-instalação Tubarão Fêmea.

Será neste sábado, 13 de maio, às 15h, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, MAMAM.

Ao mergulhar no tema, a artista provoca reflexões sobre o sexo frágil (associado ao feminino) e a relação do ser humano com o consumo d’água. Tem duração de 30 minutos e acontecerá no Aquário Oiticica.

Logo em seguida vai rolar o debate Caminhos pela performance com Adovale Dias, Eduardo Romero, Bruna Rafaella Ferrer – orientadora da pesquisa, e, obviamente, Renata Caldas.     

“A concepção da performance surgiu do senso comum de que o tubarão, esse temido animal marinho de dentes afiados, é geralmente associado à figura do macho. Temos em mente um animal tão ameaçador que sequer imaginamos um tubarão de outro gênero. Quero apresentar outro ponto de vista possível, com potência e delicadeza, um tubarão fêmea”, diz Renata Caldas.

Sons da Terra em movimento e notícias jornalísticas sobre o assunto compõe a apresentação.

Das notícias, uma é ainda mais impactante: em 2017, na Austrália, um tubarão fêmea criado sozinho num tanque, engravidou e pariu 3 filhotes – sem precisar de macho.

Partenogênese é fenômeno é raro – e esse é o primeiro registro científico de transição de reprodução sexuada para assexuada.

A comunidade científica ficou estarrecida. Eu, nem tanto.

Garrafões

Tubarão Fêmea passa-se se no futuro. Lá, os azuis garrafões plásticos são os resíduos humanos.

“A presença de garrafões como elemento estético abre caminho para questionamentos sobre o uso da água na Região Metropolitana do Recife. Vejo esses garrafões de 20 litros, que vêm cheios e voltam vazios, como elemento constituinte da paisagem urbana da região. Soube que o uso desse tipo de embalagem-refil passou a vigorar por aqui a partir dos nos 1990, quando um surto de cólera tomou conta da cidade”, diz Renata Caldas.

BSB/REC

Atriz e escritora natural de Brasília, Renata Caldas vive e trabalha no Recife.

Transita entre linguagens: do teatro para a performance e passa pela instalação a partir de materiais cotidianos.

Busca a delicadeza como forma de trabalhar corpo, espaço e materialidade no contexto distópico: ‘…um lugar hipotético onde se vive sob sistemas opressores, autoritários, de privação, perda ou desespero; antiutópico.’.*

Mais sobre ela…

Autora do Manifesto da pós-presença , 2020, das performances Meu Abismo e É permitido chorar, ambas de 2018, Rarefeito, 2019, e do livro, também de 2019, O romance-em-cena de Aderbal Freire-Filho: um ensaio-reportagem sobre a linguagem teatral desenvolvida pelo diretor e seus atores – Prêmio Funarte de Estímulo à Crítica em Artes – Categoria Teatro.

Graduada em Artes Cênicas – Interpretação Teatral pela Universidade de Brasília, UnB, e em Comunicação Social – Jornalismo, UniCeub.

Também habitou o Rio de Janeiro, onde foi atriz, performer, cenógrafa e assistente de direção.

Mais sobre Renata ela em https://extrato.art/renata-caldas

Ficha técnica

Concepção e Atuação: Renata Caldas

Orientação: Bruna Rafaella Ferrer

Figurino: Ana Cecília Drumond

Costura e Modelagem: Luciene Silva

Hairstylist: Celso Bomfim

Fotos: Walton Ribeiro

Produção: Grandeza Cultural

Produção Executiva: Bruna Pedrosa

Assessoria de Imprensa: Ana Nogueira

Patrocínio: FUNCULTURA/Governo de Pernambuco

Apoio: MAMAM/Fundação de Cultura Cidade do Recife e Celso Bomfim Studio

Por fim…

Classificação livre para todas as idades, inclusive a sua, e a entrada é gratuita.

O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães, MAMAM, fica na Rua da Aurora, 265, Boa Vista, Recife.

Foto: Walton Ribeiro

*dicio – dicionário online de português.

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Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

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