Após sete edições presenciais, vem aí a edição online do Festival Bonança – do Sertão ao Litoral. A tarefa é reunir e integrar a comunidade sertaneja de Pernambuco e do Brasil em torno das manifestações culturais do interior do estado.

Na programação, expressões artísticas da música e da poesia e ainda uma atividade formativa para poetas. O evento, que acontece no dia 27 de março, com transmissão pelo canal da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco no Youtube (youtube.com/bienalpernambuco), conta com nomes categoria peso-pesado: Cida Pedrosa, Jorge Filó, Susana Morais, Haidée Camelo, Oliveira de Panelas, o trio Em Canto e Poesia e muito mais.

“Queremos proporcionar aos sertanejos que vivem fora de sua terra natal o reencontro com sua poética, além, claro, de apresentar ao público em geral as vivências do Sertão, que merecem protagonismo na nossa cultura popular”, conta Rogério Robalinho, curador do festival, que tem realização assinada pela Ideação.

Para você chegou até aqui, o muito mais…

Totalmente gratuito, contará com apresentações musicais de Oliveira de Panelas, voz e viola e 60 anos de cantoria, e também do trio Em Canto e Poesia, composto pelos irmãos Marinho. Já as apresentações poéticas ficam por conta de Jorge Filó, cordelista, e Cida Pedrosa, poeta que recentemente foi a vencedora do Prêmio Jabuti de Literatura.

Para as ações formativas destinada aos poetas, Edmilson Ferreira comanda o colóquio Desvendando os segredos do repente – aprenda a improvisar com um repentista, 1h de duração.

O festival também promove roda de conversa com Cida Pedrosa, a cordelista Susana Morais e a professora Haidée Camelo, mestre em linguística que faz parte do grupo Sete Bocas de Luz, formado por compositores, intérpretes, músicos e poetas que percorrem cidades do interior de Pernambuco e da Paraíba. O bate-papo do trio dissecará o tema Grande Sertão: Poesia e Vida. Existe um ou vários sertões? Partindo daí, abordarão as características de cada microrregião que há dentro do Grande Sertão, denominadas de acordo com os acidentes geográficos… Araripe, Moxotó, Pajeú, São Francisco…

No entanto, todos eles podem, ou já estão perdendo, as antigas marcas que definiram o Sertão um lugar de vaqueiros, religiosos populares e mocinhas ingênuas.

Suspeita a tríade que as mídias sociais estão por trás das mudanças que vêm alterando a cultura popular e todos os usos e costumes.

Resistindo, o Sertão do Pajeú mantém a tradição dos poetas, cantadores e violeiros. Contudo, há outras reservas? Será que os paredões musicais decretarão o fim do xote, xaxado e baião? Modernizado, o novo Sertão é igual a qualquer outra região? Esses e outros questionamentos serão debatidos no encontro.

O evento, apresentado por Tony Oliveira, contará com suporte de acessibilidade para deficientes auditivos e a presença de intérpretes de libras na ação formativa e nos dois recitais da poética nordestina.

Cida Pedrosa disse sim. Foto: Andréa do Rego Barros.
Em Canto e Poesia também estará presente. Foto: Mari Pinheiro.

Imagem da xilogravura MUDANÇA DE SERTANEJO, de J.Borges, capturada do Google.

Edgard HomemAuthor posts

Edgard Homem

Por aqui transitam a arte e a cultura, o social – porque é imprescindível dar uma pinta de vez em quando, as viagens, a gastronomia e etc. e tal.

Sem comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

sete − 1 =