A turnê de Revinda começará pela Praça da UR 06, Ibura, neste sábado, 26 de abril de 2025, às 17h30.
O espetáculo circulará por 6 bairros da periferia do Recife.
Nos sábados de maio, teremos Revinda no Morro da Conceição (dia 3), Água Fria (10), Alto Santa Terezinha (17), Bomba do Hemetério (24) e Beberibe (31). Todas as apresentações serão gratuitas, sempre às 17h30, e com acessibilidade em Libras.
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A dor de uma mulher negra diante da perda do filho, morto pela polícia em uma favela do Rio de Janeiro, é o cerne da dramaturgia do espetáculo de dança, música e poesia, Revinda – palavra que significa ‘regresso ao ponto de onde partiu’.
Revinda, criação de Rebeca Gondim, começou a ganhar forma em 2015, como a performance Terezinha, homenagem de 10 minutos a Tereza Maria da Conceição, a mulher que teve o filho morto pela polícia enquanto ele brincava na frente de casa, no Complexo do Alemão.
Em 2019, Terezinha amadureceu e transformou-se em Revinda, contemplado Funcultura-PE daquele ano.
A ideia original era apresentar na rua, em sintonia com a pesquisa em dança que Rebeca Gondim desenvolve desde 2015 sobre as manifestações populares, sobretudo o Frevo, e as danças da periferia. Prestes a estrear, em 2020, veio o coronavírus. Junto com Maria Agrelli, que assina a coautoria e a preparação corporal, a artista transpôs para o audiovisual o clima e a emoção de uma apresentação ao ar livre.
Só agora, 5 anos depois, incentivado pelo Funcultura-PE e pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB Recife, Revinda regressa às origens, regressa as ruas, cercado de gente por todos os lados.
A nova versão reflete as mudanças e os aprendizados adquiridos no período pandêmico, entre eles a necessidade de ‘se aquilombar’, formar um coletivo, incluindo amigos e família.
‘Em Terezinha eu estava só em cena. E nessa volta agora eu busquei a força que vem do coletivo. Trouxe meu irmão (Filipe Gondim), que veio com o trabalho visual, a fotografia e a poesia que eu recito em cena. Convidei artistas que me inspiram, trouxe meus pais para os laboratórios de criação, Léo Bulhões, grande amigo que fez a trilha sonora da versão audiovisual, entre tantas pessoas próximas, que vieram formar essa encruzilhada de histórias comigo chamada Revinda’, diz ela.
Convidados
Em cada território, Revinda agregará o trabalho de artistas da cena local, formando, ao final, um panorama potente das manifestações culturais da periferia recifense.
Rebeca no papel de Mestra de Cerimônia, fará a costura entre as artes, interagindo com dança e poesia.

No Ibura, ela compartilhará a cena com a música de Pajé IB, artista autoral e inovador que mescla Drill, uma vertente do Hip Hop, com o Brega Pernambucano e a Dança Afro, a percussão e o canto de Lua Maria.
No Morro da Conceição, entrará o Frevo, na figura do passista Bhruno Henrique e a percussão de raiz africana do Quilombo dos Prazeres, na figura de Lucas dos Prazeres.
Em Água Fria, soma-se-á a poesia de Adelaide, uma das articuladoras do Recital Boca no Trombone, projeto de ocupação artística local (música e poesia).
O teatro e a poesia de Brunna Martins (Brups Martins) representarão o Alto Santa Terezinha.
Na Bomba do Hemetério, a dança de Smael Dias e Marcela Santos vão entrar no jogo.
Em Beberibe, território natal de Rebeca Gondim, será encerrada a circulação – isso, ao lado da DJ Renna e intervenção com caligrafia urbana de Filipe Gondim e Vários Nomes.
Ficha técnica:
Além de Rebeca Gondim e Maria Agrelli, como artistas criadoras, Revinda é feita por João Guilherme de Paula (Criação de Luz), Dj Phino e Léo Bulhões (Trilha Sonora), Bárbara Regina (Percussão), Filipe Gondim e Laura Morgado (Comunicação Visual), Júnior Melo e Renata Teles (Produção) e Joselma Santos (Interpretação em Libras).
Foto em destaque de Rebeca Gondim: Filipe Gondim.
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