Uma vez, no final dos anos 80, estava com minha amiga Cristina num bar no bairro da Torre, quando outra amiga foi a nossa mesa oferecendo uns postais com poesias de Miró. Li, gostei e comprei 5 – ela ficou animada e trouxe o poeta até a nossa mesa, onde nos conhecemos e conversamos um pouco.
No outro dia, eu e Cristina fomos a um jantar e chegando lá, um quadro me chamou a atenção… Perguntei: De quem é? É de Miró, responde a dona da casa. E eu, com minha TDAH e 2 taças de vinho, solto a pérola: Menina, conheci Miró ontem!
Achando pouco, continuo: Cristina, sabe de quem é esse quadro? De Miró! E ela espantada pergunta: Gente!, e Miró pinta?
Essa história até hoje me acompanha, agora com menos vergonha e mais risadas.
Bom, isso é pra falar que na quinta-feira passada, depois de 1 ano e 8 meses, voltei a SP e fui ao Museu da Língua Portuguesa e… quem faz parte da exposição permanente da casa? Sim! Ele mesmo! Tá lá, de corpo inteiro, instigando a todos com sua indignação: Você tem medo? Você tem medo?
Miró, eu tenho é um orgulho danado de tu! E sim, Cristina, Miró pinta, borda, faz poesia e cada dia mexe mais com o coração da gente.
Fotos: Maristela Beltrão.
Texto em destaque: Miró da Muribeca.
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