Ameno clarão revela
a morte do sol poente
e o sino que plange vela
uma saudade pungente
…
Saudade de tudo – e dela,
do tempo em que luziu
dos meus olhos para ela
o tempo-amor que nos uniu
…
Meu olhar vago e distante
quando, agora, penso nela
é a luz agonizante
que o sol poente revela
…
E o sino que plange vela
o tempo do nosso amor
e o clarão ameno gela
todo tempo a minha dor
Selênio Homem formou-se em Economia, mas o Jornalismo o fez. Entre outros movimentos, trabalhou no Diario de Pernambuco da década de 1970 a 1990 – passou pela chefia de redação, de editorias e, aos domingos, escrevia esperadas crônicas e, como se vê, também poesias. Esta chegou a mim pelas mãos de Marília, sua irmã, minha tia.
Na foto publicada no Diario de Pernambuco de 14 de setembro de 1983, ele, em discurso, agradece ao receber o título de Cidadão do Recife.
‘Sobre o Recife, direi apenas que me ensinou a sofrer, porque esta cidade é uma lição de sofrimento. E nenhuma amizade é tão pura quanto a que se forja na dor, na expiação’.
Selênio sendo Selênio.
Ele nasceu em 24 de maio de 1935, em Santa Luzia do Sabugy, Paraíba, e voltou para casa no dia 14 de dezembro de 2015, em Olinda.
PS: a imagem não está creditada.
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