O jornalista Márcio Bastos vai papear com o público sobre Pernalonga: uma sinfonia inacabada, o seu primeiro livro. A mediação ficará por conta do colega Bruno Albertim.
Será neste sábado, 4 de novembro, das 17h às 20h, na Casa Estação da Luz, Olinda.
A entrada é franca, como foi a vida de Pernalonga.
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Publicado pela Cepe Editora (Coleção Perfis), Pernalonga: uma sinfonia inacabada resgata a história dele, batizado Antonio Roberto de Lira França (1959-2000).
Ator, agitador cultural, arte-educador, militante das causas agora nominadas LGBTQIAPN+ e dono de uma gaitada-assinatura das mais autênticas e poderosas.
Ao longe era possível saber que Perna estava ali.
Fez da sua vida um manifesto de celebração da alegria e contestação da hipocrisia e do preconceito.
Na obra, além de sua carreira, são evidenciados detalhes da personalidade e das vivências dessa figura mais Original Olinda Style impossível.
“Pernalonga transmutou-se quase em um mito olindense, um tipo de personagem que se funde à paisagem urbana e à identidade de uma cidade, como o poeta Miró da Muribeca e a travesti Lolita, para o centro do Recife, e Madame Satã, nascida em Pernambuco, mas símbolo da Lapa, no Rio”, diz Márcio.
Mais sobre Perna
Negro, semianalfabeto e soropositivo publicamente declarado, isso, quando se desconhecia, completamente, a transmissão do HIV.
E em Olinda, o Teatro do Bonsucesso passou a chamar-se Teatro do Bonsucesso – Roberto de França Pernalonga. Lá, apresentou-se tantas vezes, investiu tempo e dinheiro, e, por fim, administrou.
De importância inconteste para o teatro pernambucano, Pernalonga, além do trabalho no Vivencial Diversiones*, protagonizou as peças: 7 Fôlegos, escrita por Jomard Muniz de Britto; O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna e Chico Rei, ambas do grupo Teatro Ambiente do MAC.
Em 2018, para incentivar artistas e coletivos, o Governo de Pernambuco criou o Prêmio Roberto de França (Pernalonga) de Teatro.
Tecnicamente, Perna foi pobre, mas, é preciso revisar os mais arraigados conceitos, porque, quando tinha fruteiras e galinhas no quintal, ele sentia-se rico. Onde quer que esteja, creio eu, continuará rico, porque é de dentro para fora.
Outras coisas…
A publicação tem 204 páginas e traz, em 20 delas, fotografias de várias fases da vida do ator.
Preço: R$50,00 e R$ 20,00 (E-book).
Após as conversas, vai rolar sessão de autógrafos.
A Casa Estação da Luz fica na Rua Prudente de Moraes, 313, Carmo, Sítio Histórico de Olinda.
*O grupo teatral Vivencial Diversiones surgiu em 1974, nas Olindas, e desfez-se em 1983. A ditadura militar comia no centro, mas o povo falava sobre homossexualidade, drogas e política – e isso é a ponta do iceberg.
Sobre o autor: setorista de artes cênicas nos jornais locais durante 10 anos, Márcio atualmente estuda a área em pesquisa de mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Foto do escritor: Marlon Diego
Edgard,
o jornalista Márcio Bastos fez uma extensa pesquisa para escrever sobre o Pernalo ga. Importante trabalho de resgate deste criativo artista pernambucano.
[Ótima dica de leitura
Maurício